O rock nacional está de luto (se é que
podemos dizer que ainda existe o tal “Rock Nacional”), morreu na madrugada
desta quarta (06), o vocalista do Charlie Brown Jr., Chorão (42), o músico foi
encontrado morto em seu apartamento no bairro de Pinheiros, na zona oeste de
São Paulo.
A causa da morte de Chorão está sendo
investigada. Segundo o delegado Itagiba Vieira, do Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa, apesar do apartamento ter sido encontrado revirado
a hipótese de homicídio foi descartada. Os danos no apartamento aparentemente
foram feitos pelo próprio cantor já que o corpo foi encontrado com um dedo
machucado e havia marcas de sangue no local.
Já o delegado Luiz Romani suspeita que a
morte tenha sido causada por uso excessivo de medicamento ou drogas, foram
encontradas no local, muitas garrafas de bebida vazias e um pó branco, que
acreditam se tratar de cocaína e será periciado.
Segundo as informações da Assessoria da banda Charlie
Brown JR. O cantor ele passava por problemas pessoais sérios, tendo recentemente
se separado da esposa com quem vivia há 15 anos. A assessoria também divulgou
que Chorão estava de férias e embarcaria para os Estados Unidos nos próximos
dias. O Charlie Brown tinha show agendado para o dia 22.
A vida de Chorão sempre esteve em volta a polêmica. Duas mais famosas delas foi o soco que deu no vocalista e guitarrista dos Los Hermanos Marcelo Camelo, depois de um desentendimento a caminho do festival Piauí Pop, em Teresina em 2003. Chorão, socou e quebrou o nariz do líder dos Los Hermanos.
A mais recente foi no ano passado quando num show da banda em Apucarana, no interior do Paraná, o vocalista Chorão resolveu “acertar as contas” com o baixista Champignon, que tinha retornando à banda, onde em mais de dez minutos, o líder do Charlie Brown falou sobre um suposto roubo da banda em que Champignon acusou o músico.
Em Manaus a repercussão em torno da morte do cantor
bombou as redes sociais. Sobram manifestações de apoio, solidariedade, assim
como também debates, discussões acirradas e até o fechamento dessa resenha, uma
mobilização de algumas bandas para realizar um (Meu Deus!!) tributo, especial,
revival e os caralhetes para homenagear a banda Charlie Brown Jr. É incrível como
esse tipo de inciativa pode vir para encher ainda mais o saco de que já não
aguenta nem ouvir falar sobre esses eventos. (Só Jesus and Mary Chain nessa “doces”almas).
Manifesto Norte manda condolências para a família do
cantor Chorão e para todos os fãs do Charlie Brown JR. Descanse em Paz !!!
Confira o que alguns músicos da cena rock autoral de
Manaus e Boa Vista/RR falaram sobre a morte do cantor Chorão:
Márcio
Dennis (Espantalho)
“Não posso falar muita coisa, até porque eu não
curtia o som. Aliás, eu curtia algumas coisas bacanas do guitarrista, que
segurava legal, mas no geral não me agradava”.
Cahê Archer (The Dust Road)
“Muito triste cara, ele fazia rock n’ roll, vivia intensamente
e ainda tinha muito por realizar, uma pena e grande perda”.
Carlos
Neto (Sarcásticos)
"As letras do Chorão são excelentes, reflete o
íntimo, a vivencia do dia a dia, os temores e lições de vida. Uma perda
irreparável. É isso o que penso, apesar de nao ser fã. Outra coisa, ele é produto dele mesmo, não
tem nada de enlatado, não segue a receita e sim criador de receitas”.
Renato França (Blue Line)
Chorão e Charlie Brown foi o que de melhor foi
revelado no rock dos anos 90, sempre com
letras inteligentes, não por apelos intelectuais, mas devido a sua aderência á
realidade de uma juventude buscando encontrar novos valores, ou pelo menos
aprendendo a conviver com a ausência deles. Musicalmente arranjos fortes,
incisivos... Acho que fizeram a diferença, conseguiram dialogar bem com tendências
distintas, indo do Hip Hop, do Rap ao rock and roll com muita personalidade.
Clóvis
Rodrigues (Os Tucumanus)
“Nunca fui fã do cara, mas ele deixou um
legado de grandes hits e marcou uma geração, é uma perda pra música brasileira
independente do estilo musical e independente de ser poeta pra alguns e pra
outros não. O cara tava ali fazendo os corres dele. Roberta Miranda pra ele”.
Guedryan Resende
(Escândalo Fônico)
"Mesmo não sendo um fã assíduo da banda, já
ouvi e sei o valor do Chorão e do Charles Brown Jr, músicos brasileiros como
ele são importantes para a nossa cena, pois não vivia de moda musical para
vender a sua arte, ele foi é será um grande exemplo de conduta de um artista,
fica a saudade para os fãs e boas recordações. Fica o exemplo musical e
artístico para as novas gerações, da qual estou incluso, abrir sua mente, sem
manter o foco na venda da arte, mas sim pensar com foco na arte pela arte, esse
talvez seja o maior exemplo que o Chorão deixa para os novos artistas"
Ian Fonseca (Malbec)
“Não era fã da parte musical e nem concordava
com a postura dele na maioria das polêmicas em que se envolveu, mas, do que
conheço, acho que o país perdeu um cara que genuinamente acreditava no que
dizia. Essa é uma qualidade indispensável para o surgimento de música
interessante num país tão carente de gente capaz de dar o devido respeito à
função do artista. Então é pra lamentar que ele tenha deixado de produzir tão
cedo”.
Ramon Paixão (Dpeids)
“Acredito que ele tenha contribuído em muito para o
“rock nacional”, é só que eu tenho a dizer, pois não acompanhei a carreira
dele”.
Matheus
Santos (Coyotes Voadores)
“Cara, a morte dele acabou de ser um choque pra
mim.Soube ainda a pouco. Já fui muito fã do Charlie Brown, e eles são uma parte
muito importante do rock nacional, vai ficar uma lacuna na história do Rock
Brasileiro, com certeza”.
Gustavo de Sá
(Crepúsculo)
“Fui
surpreendido com essa notícia hoje, mais uma
vez somos surpreendidos com a perda precoce de um verdadeiro talento em nosso
estilo musical que é o Rock. Chorão, líder do Charlie Brown sucumbiu às
armadilhas da estrada, que nem sempre nos leva a um caminho tranquilo. O legado
deixado é inquestionável.Confesso minha tristeza, sempre que recebo esse tipo
de notícia”.
Manoel Villas Boas (Mr. Jungle – RR)
“Acho o chorão um puta cara, acabei de ler sobre a comparação com o Cazuza e
o Renato acho que, guardando as devidas proporções, ele representa sim uma
geração. Questão de nível com um ou com outro é muito relativo, quem não viveu
a época do cazuza e do renato não dá o devido valor e essa época em que
vivemos, os "ídolos" são raros. Acho que, ele foi importante pra
música, fez o que queria e sabia. Tinha uma história de vida dura, como a do
brasileiro em geral. Venceu, e se manteve no topo, isso é muito raro, morreu de
amor, amava a mulher que mudou a vida dele, algo (creio que as drogas) acabou
com a relação e ele se perdeu. Todos podem sofrer algo parecido, não o julgo, foi
fraco, mas muitas vezes, todos são”
Sidartha Brasil (Garden
– RR)
“Foi uma perda lamentável, precoce e irreparável para o rock nacional. Um
artista de mão cheia, cheio de versos e poesias ácidas que ilustravam a triste
realidade da maioria dos nossos jovens. Deixa um legado crítico para reflexão
coletiva. Como pessoa, não foi lá o melhor dos exemplos, mas quem é um exemplo
nos dias de hoje? Então, penso que, devemos guardar na memória, os melhores
momentos do front man de uma banda que escreveu sua história no rock nacional”.
Wil Ribeiro (Reclive –
RR)
“Banda Charlie Brown foi uma banda que me mostrou o que
era rock brasileiro, muitas vezes na malhação escutava a música dos caras (que
pra mim foi a melhor trilha da malhação) sem contar que as letras falam muito,
são bem feitas, a minha preferida e “Zoio de Lula”.
Albenízio Jr (Os
Playmobils)
"Mais um artista da
música se foi. Não sei ainda a causa da morte, mas o Chorão tem suas qualidades
artísticas, sim. Confesso que havia algumas músicas que realmente eu gostava,
mais pela melodia e arranjos do que pelas letras, pois, esta última não me
'encaixava' em nenhum de seus escritos. Charlie Brown Jr fazia shows frenéticos
e foi sim, uma grande banda de rock brasileira. É uma pena sua morte porque ele
tinha muitos fãs e todos com certeza estão tristes. O Chorão artista foi um
cara muito bom, mas como pessoa, sei lá, tenho minhas dúvidas. Também não posso
sair tirando minhas conclusões a partir de tudo o que assisto, ouço e leio na
mídia. Talvez pessoalmente não fosse um cara tão bom. Diziam que ele tratava
muito mal os outros músicos que tocavam com ele. Enfim, mais um artista morreu
e não adianta reclamar. Vai vender muito CD e DVD, vai passar na TV mil vezes,
aparecer em tudo que é blogs e sites, além de tributos e mais tributos. Nada a
declarar. Nada mais."
Lincoln Mones (The
Mones)
“Não lembro muito bem da data
mas nos meados de 95 para 2000 cheguei a escutar o Chalie Brown Jr., naquele
tempo tinha a moçada do skate que gostava pra caralho do som dele, com o Chorão
no vocal rouco, misturado com punk rock , hardcore e reggae fizeram um som
massa. Tem uma música que lembra muito esssa mistura de reggae/ ska que é “Zóio
de Lula”. Chorão foi um cara com voz diferente, se ele subia ao palco quando
começava a cantar já sabiam que era ele voz excluvisa”.
Por Sandro Nine
Fonte: Google.
