13/12/2010

Cine Manifesto: "Nowhere Boy"


Mesmo após 40 anos, os Beatles ainda estão em toda parte. Como no final do ultimo mês em que o Sir Paul McCartney reuniu 170 mil brasileiros em um show emblemático. Outro exemplo disso é do filme “Nowhere Boy” de Sam Taylor-Wood, que estreou final de semana passado no Brasil.

A adolescência do líder dos quatro garotos de Liverpool foi contada de maneira jamais vista pelas telonas. Engana-se quem pensa que este filme é mais uma biografia beatlemaníaca. O ator Aaron Johnson interpretou John Lennon, no filme que está longe de ser um campeão de bilheteria e por muitas vezes, o expectador até esquece que aquela é a história de um dos maiores ídolos da música mundial.

Cruel e cheia de conflitos, a juventude do inglês é retratada de acordo com o ponto de vista de suas meias-irmãs. Julia, a mãe biológica citada em músicas como a de mesmo nome ou “Mother”, enfim, é apresentada de maneira mais delicada e minuciosa. Afinal de contas, por mais que o jovem tenha sido abandonado pela mãe na infância é por culpa dela que a ousadia e o rock n’roll começaram a fazer parte da vida do garoto. Podendo dizer assim que a genética é responsável pelo talento propagado por tantas décadas.

A trilha sonora nos faz associar à musicalidade e base sentimental de quem estamos falando. Seja do blues clássico do carinhoso Tio George quanto à espontânea atitude rock n’roll da mãe Júlia.

A propósito, esqueça o “nerd atrapalhado” de Kick Ass, a caracterização e atuação de Aaron permite até que façamos uma viagem no tempo, como se pudéssemos observar de longe cada situação vivida por Lennon.

Um ponto emotivo do filme é educação da sufocadora tia Mimi, fato até justificável diante de tantos conflitos na vida de John. O maior ponto pode ser dado é com a morte de Júlia em um acidente de carro. Fato que marcou a transformação de um adolescente sonhador a um futuro músico. E a aproximação do que futuramente seria mais latente da parceria do amigo Paul, peça fundamental do sentimento para a solidificação na musica.

Com a fotografia aveludada o filme não foge muito do que diz o título, ao contar a história de um garoto de lugar nenhum, com a diferença é que sabemos o que aconteceu depois que o filme termina.

Por Renata Paula – Jornalista e Colaboradora do Manifesto Blog.

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