13/12/2010

A tediosa noite de uma Banda de Rock

O público (gatos pingados e miados) do Pública



“Nada como um sol, transformador de uma noite”
(refrão da música “Tuas Fotos” do Pública) como poucas, noite que só não será esquecida, devido à atração principal ter dado conta do recado e eu por ser manauara, estar acostumado e preocupado com a presença de casas noturnas momentâneas e modistas que surgem nos arredores Barés.

Meu sentimento nesta manhã, antes de realizado, é de desespero, frustração, tristeza e vergonha. Sim, a banda revelação do rock independente em 2009, fez um show na casa Noturna SIN House, para cerca de 30 pessoas e menos da metade, faziam algum tipo de movimento, (algumas garotas pareciam estar num baile de debutantes ou casamentos, portavam vestidinhos e saltos, não sei exatamente onde eu estava), que nem pareciam estar numa festa de Rock n Roll, talvez, numa noite de demonstração de algum rock pra elite ver e tentar prestigiar.

A banda subiu ao palco um pouco antes das três horas da madrugada, esplêndida performance, mergulho total no Britpop, entrosamento e boa colocação das guitarras, melodias marcantes, alegres, quase ausência de melancolia e disparos de vários clássicos presentes nos dois álbuns da banda o “Polaris” de 2006 e o” Como Num Filme Sem Um Fim” de 2008.

As músicas: Casa Abandonada, Long Plays, Bicicleta, Sessão da tarde foram umas das que fizeram a “fervorosa platéia” cantar e pular meio que timidamente no imenso e vazio salão. Um amigo meu cantarolava emocionado quase todas, engraçado é que eventos com poucas pessoas tornam claras e evidentes as expressões, atitudes, risos, viagens, etc.

Um dos momentos mais interessantes do show foi a cover que a banda fez da música "Exodus" de Bob Marley. Gaúchos rockers tocando reggae na Amazônia, diferente não? E agradou, a versão saiu porrada e muito empolgante.

Após quase duas horas de repertorio a banda se despediu do palco e do público, sobre salva de palmas, e sobre a promessa de voltar outro dia, espero que seja para um público diferente, aquele que costuma freqüentar, (em local agradável), bares sujos, apertados, quentinhos e principalmente que haja a divulgação, não ocorrida nesta vez.

Para não parecer que só falei mal do lugar, a qualidade do som estava impecável, soaram divinamente bem, os técnicos de som estão de parabéns e os seguranças também, bloquearam os estufados da área vip a noite toda, resultado, ninguém sentou, nem os “Vips”.

Flutuei ao som em nuvens de lamentos, alegrias e porque não descobertas, a banda Pública continua sua caminhada buscando ser grande num limitado mercado da música, mal sabem eles que são maiores que isso, o problema não está com eles, para nós amantes da boa música, seria estar sem eles.

Manaus continua despreparada pra receber tais pequenos eventos e nós, não esperemos pelo grande dia, busquemos nosso espaço, nosso rock, é como uma constante luta pela vida.

Por Tiago Omena – Batera da banda alternativa Sweetbeer e Colaborador do Manifesto Blog.

Foto:
Tiago Omena

5 comentários:

rickgallagher disse...

Portões se abrindo somente às 00h00, cerveja Kaiser (ecaaa), entradas "vips" em N lugares da casa, show do rock rolando música eletrônica e você indo de cabeça em portas de vidro transparentes não sinalizadas não tem preço! Diga "NÃO House" ao SIN House. O som e iluminação da casa é profissional e elegante também... Eu só queria entender qual é o foco da casa? Rock gaúcho? Britrock? música eletrônica? O que não ficou claro foi saber que tipo de público que a casa pretende conquistar.

Show do Pública foi excelente, sensacional... Confesso que fiquei bastante emocionado ao ouvir especialmente "Bicicleta", pois me lembrou da época em que eu conheci a banda através de meus amigos. Espero que um dia eles possam voltar e que seja divulgado. Repito o que o Tiago disse, o problema não é com eles, é estar sem eles, o Pública é sim MUITO MAIOR que muita banda por ai.

Anônimo disse...

ahuahu muito bom viu, eu é que sei mes pés ficaram doendo porque eu fiquei das 9 da noite as 4 da manha, e quando ia aos banheiros varias vezes só pra sentar no vaso pra descansar as pernas, a segurança achou que eu estava cheirando pó no banheiro, como se nao fosse normal isso em casas noturnas.

mas a noite só valeu a pena pela banda mesmo

BRuna Beer

Anônimo disse...

Realmente ficou nítida a indignação com a casa , embora o som tenha sido impecável os fatos relatados acima deixam evidente a infra estrutura inadequada que Manaus submeteu a banda Pública.
Fora isso Pública fez um excelente show , pena que foi privilégio de poucos.

Samanta

Camilla disse...

"a fervorosa platéia"

EU GENTE, cantando tudo e pulando na frente do palco pra animar. E-M0-ÇÃO

Giovana disse...

Sinceramente eu senti vergonha da banda chegar aqui e não ter platéia. Mas eu fiz a minha parte. To tão lá na frente que nem dá pra me ver nessa foto hahaha

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