Entrevista cedida pelo baterista Matheus Beltrão e pelo novo vocal Marcelo Silva, onde explicam as mudanças na formação, falam do primeiro álbum "O Inferno é Aqui" (lançado no final de 2010) e trocam algumas idéias sobre a cena local. Confiram!
MANIFESTO ROCK - Saudações Matheus e banda Disritmiä, sejam bem-vindos mais uma vez ao Manifesto Rock! Recentemente, a banda sofreu uma baixa com a saída do vocalista Marcelo X, muito querido pelo grupo. O que aconteceu realmente?
MATHEUS BELTRÃO - Bom , logo após a gravação do novo álbum, o Marcelo x começou a sentir algumas dores que lhe incomodavam bastante até mesmo nos ensaios da banda, as dores foram ficando cada vez mais insuportáveis. Depois do diagnóstico veio a triste notícia,hérnia de disco. Marcelo teve que viajar para sua terra de origem, Rio de janeiro, e após alguns meses sem noticia ele nos ligou informando que estava tudo bem, mais que haveria possibilidade de não voltar mais para Manaus. Mesmo assim nos pediu que continuássemos a banda sem ele.
MR - Com a entrada do experiente Marcelo Anihilator, conhecido vocal da Mortificy (death metal) para continuar a luta da Disritmiä, como está indo essa nova formação e o que o público headbanger e punk/hardcore podem esperar dela?
MATHEUS - A entrada do Marcelo anihilator deu um novo animo para banda, pela vasta experiência dele concerteza as pessoas que curtem a banda não irão se decepcionar.
MR - O novo trabalho “O Inferno é Aqui” é o primeiro álbum da banda e traz uma notável melhora na qualidade de áudio em relação a demo “Motim Massacre”. As músicas foram mixadas e masterizadas pelo Rafael da Subviventes, veterana banda punk do ABC paulista e que já tocou em Manaus. Como surgiu a oportunidade de trabalhar com ele?
MATHEUS - Fomos convidados pelo “Denthrash” para abrir o show do Ratos de Porão no Aomirante , uma semana antes passei na oficina do Julio “Fetos Inocentes” ele falou que os caras do subviventes estavam em Manaus e que também iriam tocar no show, e que estavam a procura de um lugar para ensaiar, foi então que tive contato com os integrantes da banda. Aproveitando o ensaio que parecia um show com muita cerveja, mostrei as guias de gravação da banda para o Rafael”Sub”, ele gostou da banda e se propôs em fazer a masterização em (SP).
MR - As músicas novas me pareceram mais “maduras”, claro que é impossível ser 100% original quando falamos de composições, mas é notável que a banda desenvolveu características próprias (que não lembram outras bandas), apesar das influências. Como foi o processo de criação delas? Há alguma que você considera mais “especial”?
MATHEUS - Sim, a "Trauma" na minha opinião foi a música mais “especial”, pois quando Adams escreveu a letra tive que criar um blast beat bem nervoso na batera, foi ai que em uma noite quando estava indo para o estúdio, parei no meio do caminho ouvi um som de batuque que vinha do sítio ao lado. Curioso perguntei ao caseiro o que era aquele som, ele falou que ali era um terreiro de macumba..hehe..o som dos batuques me deixaram fascinado então pensei como ficaria esse som com pedal duplo rápido e alguns pratos de efeitos foi então a minha inspiração para a música "Trauma".
MR - Como está se dando a divulgação do álbum em Manaus e fora da cidade? E como está sendo a receptividade dele?
MATHEUS - Na cena local o álbum foi muito elogiado, mesmo porque a qualidade da gravação ficou satisfatória para quem gravou em um home Studio, e fora também recebemos algumas propostas para participar de algumas coletâneas.Quero aproveitar a oportunidade e agradecer ao Thony “Sacrificy”, que tem nos ajudado bastante nessa divulgação.
MR - As letras se voltam para o protesto sobre corrupção política, fanatismo religioso, guerra e insanidade humana em geral. Sem dúvida, é uma grande motivação conhecer a postura da banda. Sobre atitude, como você vê a luta da cena punk/hardcore hoje em dia?
MARCELO SILVA - Certamente essa é um resposta muito difícil de reponder por completo. Podemos dizer que há de fato muitas bandas hoje na cena, mas o que percebemos é que bandas vão e vêm e somente poucas e boas permanecem. Isso se deve as bases da banda, que devem ser bem sólidas. Temos contato com diversas bandas e posso dizer que há ainda muita gente com atitude por aí. É bem difícil dizer se hoje em dia isso é maior ou menor que nos tempos passados onde o fator motivacional era de fato a situação sócio política brasileira que é totalmente diferente da que vivemos hoje. Acredito que os punk e hc's de hoje são diferentes dos de antes mas nem melhores nem piores, apenas diferentes.
MR - Como você vê a cena rock underground de Manaus atualmente e a luta pela valorização do trabalho autoral das bandas locais? Que trabalhos você destacaria?
MARCELO - Em Manaus temos uma cena crescente. Estamos falando de um lugar que é geograficamente distante do resto do país, temos menos acessos a shows de grandes bandas e mesmo de bandas mais undergrounds em circulação dificilmente passam por aqui em suas turnês. Com isso as bandas e o público em geral troca pouca experiência com as cenas de outros estados, sendo esse restrito somente a internet e correrio. Dessa forma a cena em Manaus é deferente de qualquer outro lugar. Temos uma forma nossa de tocar, se expressar e fazer as coisas acontecerem. É bem mais comum aqui bandas de vários estilos diferentes tocarem juntos. Acho isso um ponto bem positivo para a nossa cena. Acreditamos que estamos todos junto para nos expressar artisticamente e fazer amizades. Transitar no meio metal, punk e hardcore é algo de que não abrimos mão. Localmente temos como destaque bandas como a "Fetos Inocentes", "Mortificy", "No Choice", "Evil Sindicate", "Glaucoma" e outras. De qualquer forma, acreditamos que a cena ainda tem uma longa estrada de desenvolvimento pela frente.
MR - Um mensagem aos leitores do Blog Manifesto Rock...
MATHEUS - Apóiem sua cena “underground” e em especial a cena local pois se não for por seu esforço próprio, você não vai ter nada. E conheçam coisas diferentes, não se limitem. Abram suas mentes para idéias diferentes e façam de suas idéias realidade.
HISTÓRIA
Recém chegado em Manaus, no ano de 2007, Marcelo X, ex-integrante da banda XXXXXXX, procurava músicos para compor uma banda com postura agressiva. Se informando com o pessoal da cena local e mostrando suas influências, chegou ao bar Tulipa Negra para conversar com Marcelo Silva, vocalista do Mortificy, banda local de Brutal Death Metal.
A intenção era localizar músicos que topassem tocar um estilo ainda fora da cena em Manaus, com influências Grind, Crust, D-Beat e afins. Procurando em redes sociais, encontrou o Thiago Catarse (primeiro vocal) e o Arthur Ex-Alterego (primeiro baixista), onde teve informações que havia uma banda de hardcore chamada No Choice. Entrou em contato com os músicos da “No Choice” e estava feita a primeira formação do Disritmiaä com Matheus Beltrão na bateria, Arthur no baixo, Adams Cavalcante na guitarra e Marcelo X nos vocais.
A banda iniciou o processo de composição que culminou na aclamada demo Motim Massacre lançada em 2009 pelo selo Nosso Bolso Records e obteve excelente repercussão na cena local. Diversas apresentações sucederam e a banda foi ganhando experiência de palco na mesma proporção em que ganhava reconhecimento. Decididos a gravar um álbum com qualidade que demonstrasse a intensidade de suas músicas, Matheus e Adams compraram, com esforço próprio, equipamentos precisos para montar um estúdio. Estava formado a Nosso Bolso Records. Adquiridos conhecimentos de gravação com Sonar 8, os próprios integrantes gravaram o debut album "O Inferno é Aqui", que foi masterizado em São Paulo pelo guitarrista da banda Subviventes, Rafael Subviventes.
Marcelo X saiu da banda, sendo transferido para o Rio de Janeiro por motivos de trabalho, sendo recrutados para a banda Michel Marques para os baixos e Marcelo Silva (do Mortificy) para os vocais. Estava formado a atual formação do Disritmiaä, condensando fúria e agressividade em formato Crust/Grind. Fazendo o que mais sabem fazer, som porrada, pesado e direto.
Formação atual:
Marcelo Silva: Gutural
Mateus Beltrão: Arregaço
Michel Marques: Graves
Adams Cavalcante: Riferama O novo CD "O Inferno é Aqui" pode ser adquirido por R$10,00 através dos contatos:
Myspace: http://www.myspace.com/disritmia
Orkut:
E-mail: chateus@hotmail.com Entrevistas anteriores:
Por Marcelo Couto
4 comentários:
ADOREI!!!!! Seja bem vindo Novo Marcelo...sentiremos sempre saudade do X, mas você fará também um grande diferencial para essa banda que aprendi a gostar de paixão, adimiro e respeito muito... Parabéns a todos.
Klyssiane Uchôa
Acho que a postura da banda deve mudar um pouco, principalmente em relação as letras que eram bem politizadas na época do Marcelo X, bem vamos ver tomara que a banda nao perca o pique pois no palco eles arrasavam.... Nao vi um show ainda com o novo vocal estou curioso para ver
esse cara qui entro no lugar do X nao tinha nada haver com a banda, o tercero vocal ainda nao vi como é.
por que a porra das bandas foda num consegue mante a formação que começa. realidade, depois da saida do Marcelo X, fico estranho
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