29/01/2011

A Coletividade na Independência




Gostar de arte alternativa é uma questão árdua não somente para seus apreciadores, mas também para os artistas. Por falta de apoio de investimento das grandes produtoras, eventos nesta vertente ocorrem com pouca frequência, limitando assim as ocasiões em que o público pode apreciar espetáculos independentes, não voltados para a grande massa.

A fim de solucionar este problema, artistas resolveram, literalmente, “colocarem a mão na massa”. Sem o glamour dos holofotes, passaram a distribuir entre si as funções dos bastidores, incluindo as de roadie, office boy, eletricista e bilheteria, tudo para que o cenário independente ganhasse nova vida e os espetáculos, enfim, se tornassem eventos mais comuns. Assim nasceu em 2005, no estado do Mato Grosso, o primeiro coletivo brasileiro, denominado Circuito Fora do Eixo.

O que começou como uma parceria entre produtores das cidades de Cuiabá (MT), Rio Branco (AC), Uberlândia (MG) e Londrina (PR), hoje já conta em 23 estados, organizando 59 festivais, como o Grito Rock América do Sul. Em 2010, o festival foi realizado em 74 cidades, sendo quatro deles em cidades da Argentina, Bolívia e Uruguai. São aproximadamente 500 grupos ligados à organização todos com ideal de unir os pequenos, a fim de realizar grandes ações. Vale ainda ressaltar a Web como grande aliada dos artistas nesta empreitada.
Coletivo Difusão - Festival Até o Tucupi 2010

E como grande centro, Manaus aderiu à tendência. Apesar de existirem três coletivos na cidade, o mais atuante é o Difusão, ( O Coletivo Cuia já está articulando suas ações para 2011) que produz grandes eventos como o Grito Rock Manaus, já em sua terceira edição em 2010. Criado em 2006, o coletivo iniciou com oito pessoas em seu núcleo durável, mas atualmente outras 15 pessoas contribuem e participam do projeto. As atividades do Difusão conseguem reunir no momento mais de 50 artistas de diversos segmentos.

Segundo Caio Mota, membro do Coletivo Difusão, artes integradas e comunicação/mídia são os dois pontos específicos que norteiam as atividades desenvolvidas pela organização. É o conceito base de “arte para fomentar a cultura”. Outro grande projeto do coletivo é o “Até o Tucupi”, uma ação de artes integradas tendo a música como ponto principal, já desenvolvido há tês anos. No ano passado, o projeto se transformou no “Festival Até o Tucupi de Música Independente”, que segundo Caio, teve como expectativa de ser inserido na rota dos circuitos de festivais independentes do Brasil.

E o difusão não para por ai. Os projetos são de expansão, tanto local quanto nacionalmente. “Nosso maior desafio é expandir as ações para o interior do Amazonas e estamos trabalhando para isso ser uma realidade ainda este ano” afirma Caio. A sociedade alternativa agradece.



Por Stéfanie Stefaisk


Matéria na edição 01 Revista Intera


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