Após temporada de sucesso em São Paulo e Rio de Janeiro, o espetáculo teatral “Hamelin” será apresentado em Manaus, nos dias 04 e 05 de junho, no Teatro La Salle. Escrito pelo espanhol Juan Mayorga, considerado pelo jornal “El País” como “o autor espanhol da moda”, o espetáculo já foi encenado em 11 países e na versão brasileira tem Vladimir Brichta à frente do elenco, formado também por Cláudia Ventura, Patrícia Simões, Alexandre Dantas, Alexandre Mello e Oscar Saraiva. Para acompanhar as apresentações, André Paes Leme, diretor do espetáculo e professor do Departamento de Direção Teatral da UNIRIO com Mestrado em Estudo de Teatro pela Universidade de Lisboa, também desembarca na cidade.
O enredo é atual e ousado. “Hamelin” conta a história de um jovem juiz determinado a provar que um importante membro da sociedade abusou sexualmente de uma criança e, em sua luta para reunir provas, descobre que não é nada fácil encontrar os culpados e distinguir o bem do mal quando palavras são tudo o que se tem para apurar a verdade e chegar a uma única conclusão. Segundo o diretor, o objetivo é utilizar uma atmosfera próxima a dos filmes de suspense onde os atores mantêm uma forte carga emocional sem perder, no entanto, o distanciamento necessário para a suscitação de um olhar crítico.
Para o autor Juan Mayorga, que escreveu o espetáculo levando em conta diversos escândalos sobre pedofilia, o teatro não deve servir apenas como entretenimento, mas deve exercer sua função crítica. “Por meio do teatro podemos pensar na vida, na nossa existência individual e também no modo que nos organizamos como sociedade. O teatro não pode substituir a política, cujo objetivo deveria ser a luta concreta contra as injustiças concretas, mas ele pode nos preparar para a vigilância e a resistência contra formas de dominação do homem pelo homem. Eu também sinto o alívio que todos sentem quando a polícia anuncia a prisão de um monstro. Mas, depois, penso na saúde da sociedade que gerou esse monstro, e se eu ajudo de algum modo na extensão dessa doença. Pessoalmente, desconfio de um teatro que consiste em denunciar monstros frente aos quais o espectador se sente inocente. Eu quero que o espectador saia de “Hamelin” se sentindo mais responsável, e não inocente”, declara Mayorga.
“Hamelin”, título da peça, é uma alusão ao conto “O Flautista de Hamelin”, que versa sobre o desaparecimento de todas as crianças de uma pequena cidade após a mesma ser salva de uma praga de ratos por um flautista. Segundo a narrativa, a população se recusa a pagar o músico, que decide então deixar a cidade levando todas as crianças. Para Mayorga, há uma nítida relação entre as duas histórias. “As crianças pagam pelas faltas dos adultos. Eu vejo isso como uma alegoria do que acontece no nosso mundo. As crianças são as primeiras a sofrer com nossas guerras, nossas más políticas, nossa estupidez. Minha obra não é a reconstrução de nenhum caso verdadeiro, entretanto, o que vem acontecendo é que, onde “Hamelin” é montada, o público a associa a algum caso ocorrido no lugar. Infelizmente, o que se representa na peça parece estar acontecendo, com traços muito semelhantes, em todo o mundo.”
Ficha Técnica:
Autor: Juan Mayorga
Tradução: Patrícia Simões e António Gonçalves
Direção: André Paes Leme
Serviço:
Quando: 04 e 05 de Junho de 2010, às 21h
Onde: Teatro La Salle
Quanto: R$ 70,00 (R$ 35,00 meia entrada para estudantes, pessoas acima de 60 anos e clientes Porto Seguro)
Vendas: Loja BestSeat (Millennium Shopping), Lojas Amazon Print (Joaquim Nabuco e Japiim) ou pelo site www.bestseat.com.br
O enredo é atual e ousado. “Hamelin” conta a história de um jovem juiz determinado a provar que um importante membro da sociedade abusou sexualmente de uma criança e, em sua luta para reunir provas, descobre que não é nada fácil encontrar os culpados e distinguir o bem do mal quando palavras são tudo o que se tem para apurar a verdade e chegar a uma única conclusão. Segundo o diretor, o objetivo é utilizar uma atmosfera próxima a dos filmes de suspense onde os atores mantêm uma forte carga emocional sem perder, no entanto, o distanciamento necessário para a suscitação de um olhar crítico.
Para o autor Juan Mayorga, que escreveu o espetáculo levando em conta diversos escândalos sobre pedofilia, o teatro não deve servir apenas como entretenimento, mas deve exercer sua função crítica. “Por meio do teatro podemos pensar na vida, na nossa existência individual e também no modo que nos organizamos como sociedade. O teatro não pode substituir a política, cujo objetivo deveria ser a luta concreta contra as injustiças concretas, mas ele pode nos preparar para a vigilância e a resistência contra formas de dominação do homem pelo homem. Eu também sinto o alívio que todos sentem quando a polícia anuncia a prisão de um monstro. Mas, depois, penso na saúde da sociedade que gerou esse monstro, e se eu ajudo de algum modo na extensão dessa doença. Pessoalmente, desconfio de um teatro que consiste em denunciar monstros frente aos quais o espectador se sente inocente. Eu quero que o espectador saia de “Hamelin” se sentindo mais responsável, e não inocente”, declara Mayorga.
“Hamelin”, título da peça, é uma alusão ao conto “O Flautista de Hamelin”, que versa sobre o desaparecimento de todas as crianças de uma pequena cidade após a mesma ser salva de uma praga de ratos por um flautista. Segundo a narrativa, a população se recusa a pagar o músico, que decide então deixar a cidade levando todas as crianças. Para Mayorga, há uma nítida relação entre as duas histórias. “As crianças pagam pelas faltas dos adultos. Eu vejo isso como uma alegoria do que acontece no nosso mundo. As crianças são as primeiras a sofrer com nossas guerras, nossas más políticas, nossa estupidez. Minha obra não é a reconstrução de nenhum caso verdadeiro, entretanto, o que vem acontecendo é que, onde “Hamelin” é montada, o público a associa a algum caso ocorrido no lugar. Infelizmente, o que se representa na peça parece estar acontecendo, com traços muito semelhantes, em todo o mundo.”
Ficha Técnica:
Autor: Juan Mayorga
Tradução: Patrícia Simões e António Gonçalves
Direção: André Paes Leme
Serviço:
Quando: 04 e 05 de Junho de 2010, às 21h
Onde: Teatro La Salle
Quanto: R$ 70,00 (R$ 35,00 meia entrada para estudantes, pessoas acima de 60 anos e clientes Porto Seguro)
Vendas: Loja BestSeat (Millennium Shopping), Lojas Amazon Print (Joaquim Nabuco e Japiim) ou pelo site www.bestseat.com.br
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