22/12/2010

S…M…o quê???


“Disco original com preço de pirata. É qualidade, vem com encarte, por apenas cinco reais”. É mais ou menos assim que um ambulante ofereceria um álbum no formato SMD (Semi Metalic Disc). A mídia criada no Brasil surgiu para combater a pirataria e reduzir os custos para produção de um disco.

Sem dúvida, a pirataria é um dos principais problemas enfrentados pelas bandas, independentes, ou não. Em qualquer ponto de venda, encontramos CDs a um preço médio de 20 reais, destes, cerca de apenas 5% ficam nas mãos dos lojistas. Soma-se isso a facilidade de baixar músicas pela internet e a comercialização de CDs piratas em quase toda esquina e o resultado é a falência da indústria fonográfica. De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Discos, entre 1997 e 2005, quase 50% dos postos de trabalho ligados à venda de CDs foram extintos e mais de 3.500 postos de vendas fechados.

Com o intuito de diminuir os custos de produção, o artista Ralf conhecido pelo trabalho ao lado do irmão na dupla sertaneja Chrystian e Ralf, desenvolveu um método inovador de semi-metalização que toca em qualquer CD-player. “A idéia surgiu há alguns anos atrás quando comprei em Los Angeles uma fita cassete da Tracy Chapman com duas músicas por 2 dólares. Percebi ali que poderia criar um produto mais barato”, afirma Ralf.

O SMD possui a mesma qualidade de som e chega ao consumidor final com o valor fixado de R$ 5, o que inibe a venda de discos piratas e facilita o acesso de um número maior de pessoas ao trabalho da banda: “O Brasil já ocupa o quarto lugar na pirataria mundial, sendo na ordem China, Rússia, Índia e Brasil. As cópias ilegais (pirataria) ainda destroem artistas, gravadoras, selos e todos os envolvidos neste processo”, conta o cantor e inventor do SMD. Ralf anunciou o projeto em 2003 e declarou que os artistas iriam voltar a vender milhões de discos. O SMD não decolou como o previsto inicialmente, mas a cada dia novas bandas aderem ao formato. Hoje já são mais de 5 mil por todo país.

A nova tecnologia de armazenamento de áudio e dados garante uma redução de 30% nos custos para fabricação quando comparados com o CD (Compact Disc). Diferentemente do que a maioria acredita, a produção em larga escala de um CD não é igual ao processo dos gravadores a lasers encontrados na maioria dos computadores. Uma matriz é criada e a partir da mídia original são produzidos os discos em um processo caro e demorado. O SMD diminuiu esse processo, o que garante o valor final mais acessível e com uma margem de lucro de 20% para os lojistas.

As bandas com quem tenho contato dizem que a aceitação tem sido muito boa e que sempre conseguem vender vários discos depois dos shows. Talvez demore um pouco para as bandas e o público se adaptarem ao novo formato, mas sem dúvida ele surge como alternativa viável para diminuir a venda ilegal de discos.


Por Karina Francis – Jornalista do site www.rockazine.com.br / Colaboradora Manifesto Blog

Acesse o portal SMD e entenda um pouco mais sobre a mídia: http://www.portalsmd.com.br/

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